Coral da Igreja

Acho que estou ficando velho. Velho e gagá. Neste final de semana fui no 8° Encontro de Rock do Equinócio (eu sei, esse nome parece alguma alusão à corridas de cavalos) e achei todos aqueles cabeludos fofuchinhos. Uns doces. Tão doces que nem pareciam roqueiros de verdade.

Imagine você, que em mais de 10 horas de atividades nada de anormal aconteceu. Como assim! É um show de rock ou não é, porra? Cadê as excentricidades dos músicos, toda aquela violência gratuita e desmedida?
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Pra começar, para entrar no evento era necessário a doação de um litro de leite. Show de rock beneficente? Show de rock é pra enriquecer os organizadores e envaidecer os egos das bandas. Cadê o espirito roquenrol de quebrar as janelas do camarim, fuder com as groupies e mijar em qualquer canto?
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O que salvou a noite foi uma briguinha que aconteceu aos 45 do segundo tempo. Um sujeito qualquer provocou outro e meia duzia de tapas e palavrões foram desferidos meio aos equipamentos que estavam sendo desmontados. Nada grave. Parecia até uma festinha do coral da igreja da minha mãe. Aliás, creio que sai mais porrada no coral do que nesse show.
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No trabalho uma amiga, que também assistiu ao evento, contou que uma garota chutou e quebrou as paredes que dividem os vasos sanitários no banheiro. Legal pacas! A festa até que foi melhor do que eu pensava. A merda é que a menina era emo e se mijou toda com a chegada da polícia. Se sou eu eu cuspo na cara dos meganhas.
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Penso que o ódio existe e deve ser acionado, se não, pra quê serve a paz?